martes, 3 de noviembre de 2009

Cultura afro

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Vestibular 2009

Cai na Prova

Valterci Santos/Gazeta do Povo

Es posible que tu navegador no permita visualizar esta imagen. A capoeira foi criada pelos africanos no Brasil

África

Lições do lado de lá do Atlântico

Temas ainda pouco comuns em outros exames, a história e a cultura africanas e afro-brasileiras estão entre os conteúdos que poderão ser cobrados no novo Enem. Motivo de sobra para você inclui-los em seu estudo

14/09/2009 | 00:12 | Marcela Campos

Neste ano, o MEC anunciou que o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trará questões sobre a história do continente africano. Só que não basta estudar o período da escravidão dos afro-descendentes no Brasil colonial para se dar bem na prova. É necessário conhecer também a história cultural dos africanos e a importância desse povo para a formação da sociedade brasileira.

É importante ter a consciência de que o africano, antes de ser escravizado pelos europeus, vivia em uma sociedade com costumes próprios e comércio altamente desenvolvido. Entre os séculos 16 e 19, foram trazidos para o Brasil engenheiros, marceneiros, metalúrgicos, médicos, reis, rainhas, príncipes, princesas e comerciantes de diversas regiões da África. Os portugueses precisavam desta mão de obra e da tecnologia para construir o que seria o Brasil e optaram por escravizar os africanos.

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O último Enem cobrou o período abolicionista, mas a partir deste ano, o aluno também precisará conhecer a história cultural dos povos africanos e afro-brasileiros.

Veja a questão do exame de 2008:

O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram à abolição da escravatura com as seguintes palavras: “Cinco ações ou concursos diferentes cooperaram para o resultado final: 1º) o espírito daqueles que criavam a opinião pela ideia, pela palavra, pelo sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos meetings (reuniões públicas), da imprensa, do ensino superior, do púlpito, dos tribunais; 2º) a ação coercitiva dos que se propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão, arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 3º) a ação complementar dos próprios proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as suas ‘fábricas’; º) a ação política dos estadistas, representando as concessões do governo; 5º) a ação da família imperial.” Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005, p. 144 (com adaptações).

Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma luta:

a) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial.

b) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda de proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de estadistas e, posteriormente, ações republicanas.

c) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial.

d) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.

e) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.

Resposta correta: a).


Dica de leitura

Para aprender mais sobre o tema, você pode consultar o livro”História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”, de Nei Lopes (Editora Barsa Planeta). Mais informações no site www.barsasaber.com.

Durante esse tempo, os afro-descendentes formaram a força de trabalho no Brasil, em todos os ciclos econômicos, como o da cana-de-açúcar, o da extração do ouro e o da cafeicultura. E deixaram marcas culturais importantes, inclusive nas técnicas de trabalho. A herança africana é encontrada, por exemplo, na construção das “casas de sopapo”, feitas com varas de madeira e enchimento de barro. As culturas africana e afro-brasileira também estão presentes na alimentação, na música, na dança, na linguagem e nas histórias folclóricas.

Herança

O Brasil foi construído por afro-descendentes de diversas etnias (bantos, yorubás, ashantis, ahuças, gege, ketu, mandingas). Conheça algumas das heranças deixadas por eles:

Vocabulário

Da África o Brasil herdou palavras principalmente das línguas dos grupos bantos. “Samba”, “camundongo”, “marimbondo”, “maxixe”, “caruru”, “bunda”, “chuchu”, “quiabo”, “tamanco” e “tanga” são alguns exemplos. As línguas dos povos nagôs (iorubás) e jejes (ewe-fons) também deixaram resíduos, principalmente na terminologia que se difundiu a partir da Bahia(“vatapá”, “orixá”, “axé”, “agogô”, “xinxim”, acarajé”).

Capoeira

Foi criada pelos africanos no Brasil. Os escravos praticavam a luta de forma disfarçada, como se fosse uma dança, para que não fossem reprimidos.

Religiosidade

O candomblé e a umbanda são religiões de origem africana. Como os colonizadores europeus reprimiam as manifestações religiosas dos povos escravizados, os africanos contornavam a proibição cultuando suas divindades disfarçadas de santos católicos. Cada orixá era associado a um santo.

Ritmos

Todos os ritmos tradicionalmente marcados por tambores têm influência africana, seja ela próxima ou remota: o samba, o lundu, o coco, o baião, o maracatu, o jongo, o fandango, entre outros.

Histórias infantis

A lenda folclórica do Negrinho do Pastoreio, de origem africana, surgiu no período de escravidão no Brasil e retrata a violência imposta aos povos escravizados. É a história de um menino escravo que perdeu um dos cavalos de um rico fazendeiro e como castigo foi espancado e colocado nu em cima de um formigueiro. No dia seguinte, quando o fazendeiro foi ver o estado da vítima, tomou um susto. O menino estava de pé, sem nenhuma marca no corpo. De acordo com a crença, quem pede ajuda ao negrinho consegue encontrar o que foi perdido.

Culinária

A feijoada foi criada pelos africanos trazidos para o Brasil. Os cortes mais nobres do porco ficavam com a casa grande e o que restava do animal era usado pelos afro-descendentes no preparo do prato.

A explicações foram dadas por Claudemir Figueiredo Pessoa Onasayo, professor de História e Sociologia da rede pública de ensino e pesquisador na área de educação, cultura e afro-descendência; e Nei Lopes, autor do livro didático “História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”, da Editora Barsa Planeta.


JORNAL GAZETA DO POVO

Fonte: www.gazetadopovo.com.br – ícone vestibular

05/10/2009

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